28 dias viajando, 1 mês, e dessa
vez fui para fora com uma maturidade diferente, com uma visão diferente da que
eu tinha cinco anos atrás. Uma garota, uma mulher, sozinha e fora do país pela
primeira vez com seus recém 18 anos não sabe muito bem sobre o mundo.. Mas
agora eu sei que posso finalmente dizer que entendo as duas questões “não há
lugar melhor que o nosso lar” e “pequenos gestos e pessoas podem mudar sua
forma de pensar”.
Durante esse um mês, eu viajei
com meus pais e minha irmã, minha família. Visitei lugares onde nunca estive e
retornei ao primeiro lugar que fui, com amigos antigos e queridos que realmente
nos fizeram e sempre fazem com que nos sintamos em casa. Esse período foi
bacana, todos amadurecidos, com visões diferentes, tendo experiências
diferentes, mas com aquela boa e velha convivência, aquela sensação de que “nos
vimos semana passada”. Aquela saudade boa, tanto na vinda como na partida, mas
a volta sempre aperta mais o peito.
Durante esse tempo, conheci
pessoas com quem tive conversas que realmente me fizeram sorrir, pequenas
conversas que me fizeram conhecê-las, conversas que me fizeram entender coisas
que eu já pensava mas não sabia muito bem como interpretar.
Seguem três exemplos: o primeiro
sendo de uma moça por volta de seus 20 e poucos anos, trabalhando em uma loja
de roupas e no começo somente tentando entender as coisas que minha mãe tentava
dizer para ela. Depois passamos a conversar e saímos da loja dizendo que ela
agora era “parte da família”, pois achou nossa energia e humor ótimos, ficou
feliz pelos 25 anos de casado dos meus pais e disse que adorou nossa família;
O segundo é um homem, em seus
quase 40 anos, trabalhando na loja de conveniência do primeiro posto de
gasolina aonde nos aventuramos, tentando descobrir como abastecer o carro com
um cartão de crédito que não sabia se passava ou não. Ao ir pagar a gasolina
dentro da loja, ele viu que não éramos de lá, através dos dados do cartão e nosso
problema com o mesmo, e questionou o que eu achava dos Estados Unidos depois de
me perguntar sobre o Brasil. Perguntou também qual lugar era melhor, e após eu
dizer que ambos tinham seus prós e contras, ele finalizou com a frase que me
fez pensar até agora: “Viajar é bom, mas não existe lugar como nossa casa. Aqui
pode ser bom, mas tenho certeza de que lá é melhor, pois é lá que está sua vida”,
e bem, agora eu vejo que concordo com ele;
E por último, uma moça, também
nos seus 20 e poucos anos, trabalhando em uma loja de doces em Savannah. Quando
começamos a conversar, eu disse que ela parecia sempre trabalhar feliz, pois o
lugar aonde ela trabalhava era bastante alegre, afinal, quem não gosta de doces
e não fica feliz com eles? Ela disse que sim, mas que não gostava muito de
doces, que curtia mais ver as pessoas felizes e dava risada quando brincavam
com ela dizendo que ela poderia comer todos os doces que quisesse. Após saber
que éramos brasileiros, ela sorriu, dizendo que estava feliz por estar
visitando o Brasil, um lugar que ela nunca havia conhecido, e que na semana
anterior havia também visitado a Austrália e mais alguns países. O barato disso
tudo é que ela se sentia feliz por isso, por conhecer histórias, e após
conversarmos sobre nossa viagem de carro e a última que ela havia feito,
brinquei dizendo que ela poderia nos visitar, que poderíamos ir à praia, beber
uma cerveja. Ela logo negou, dizendo que não gostava de cerveja, preferia
outras coisas e nos indicou um vinho que ela gostava muito. Nos despedimos, saímos
de lá e dias depois experimentamos o vinho que ela havia nos indicado.
Vivenciar esses pequenos gestos,
conhecer essas pessoas, realmente me faz feliz, e acho que isso é a melhor
parte de uma viagem. Conhecer os lugares e as paisagens é ótimo, mas as
pessoas, nossa.. Conhecer pessoas diferentes e trocar histórias é sempre o mais
divertido, e fico feliz por dessa vez, ter maturidade o suficiente para
absorver essa experiência toda, pois sei que na primeira vez não tive tanto,
como sei também que as próximas serão ainda mais produtivas.