quarta-feira, 14 de outubro de 2009

- Pensamentos.

E tudo o que eu gostaria de fazer, é poder olhar pela ultima vez em seus olhos, e dizer o quanto você me fez feliz.
Foi isso o que pensei, quando ele me disse adeus. Já se passara dias desde que eu sofrera aquela perda, e ainda não consegui me reconciliar com meu coração.
Nada era nítido o bastante para mim, mas eu podia sentir que o fim não estava próximo como eu tanto ansiava e desejava. Queria dizer pelo menos repetir aquelas três palavras, e me lembrava da cena. – Volte para mim. – eu disse à ele em um breve sussurro, mas seus ouvidos não foram capazes de escutar minha súplica.

Aquilo fora o final dos tempos para mim, antes era tão compreensível, e agora estava frio e seco, como se minhas emoções já não importassem mais. Depois desse breve devaneio, voltei à consciência, e percebi que nada havia mudado no ambiente. No ar, ainda pairava o doce cheiro das petúnias no jardim, invadindo a casa como espinhos em uma roseira. Tudo agora parecia perfeitamente calmo, mas antes que eu pudesse me acostumar, meus pensamentos me pegaram desprevenida, e eu não pude recuar. A lembrança daquele momento ainda era fértil, mas eu não queria revivê-lo. Agora que acabara de despertar de meu pesadelo, eu não poderia voltar a ele, assim tão rapidamente.

O desespero tomou conta de meu corpo, e comecei a sentir o sangue correr mais devagar por entre minhas veias, como se me fizesse pedir mais, somente para poder sobreviver. Todo aquele calor da agonia, tomava conta de meu corpo pouco a pouco, e eu gritava de forma dolorosa e inútil, a piedade de alguém. Mas ninguém me ouvira. Então aquele seria meu final? O que não estava próximo á poucos minutos, agora se tornara imediato? De novo, meus pensamentos me afogaram, e eu me lembrei de suas doces palavras antes de partir, - Não me desaponte, nem me faça voltar. Tudo o que eu menos desejo, é seu sofrimento, mas para o bem de nós dois não poderei ficar. – aquelas palavras ecoavam em minha mente, de forma constante e de certo modo, desagradável.

Sua voz era doce, mas sua expressão não me passava conforto e segurança como antes. Agora ele estava paralisado, somente esperando por minha resposta. Tudo o que pensei na hora foi – Se me deixar, não irei agüentar, e o sofrimento da perda será pior que o adeus. – Seus olhos me fitaram de modo estranho, e pude sentir que ele estava com tanto medo quanto eu. Então para que tudo aquilo? Porque sofrer dessa maneira, sendo que poderíamos continuar juntos, e felizes? Eu não conseguia entender o motivo daquela despedida, daquela separação, mas tudo o que eu podia sentir, era que, ainda haveria uma continuação, e no final, nós estaríamos juntos como antes. Eu podia ver isso em seu olhar tenso, mas ao mesmo tempo preocupado. Ele também não desejava isso, mas entendia que a distância, nos faria entrar em conflito com nós mesmos, percebendo que agüentar aquele pequeno tempo, não seria nada, comparado à eternidade descrita para nós. (...)

Por Bianca Zane.

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